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Na Alesc, Procon SC segue contra a liberação do bronzeamento artificial

Delegada Michele Alves, diretora do Procon SC, faz discurso contra a liberação do bronzeamento artificial em Santa Catarina

O Procon SC participou nesta segunda-feira (31) de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para debater o Projeto de Lei 410/2024. Em tramitação, o PL autoriza o funcionamento de câmaras de bronzeamento artificial em Santa Catarina.

A delegada Michele Alves, diretora do Procon SC, participou da deliberação pública e manteve sua posição contrária à prática estética. Além da questão médica, Alves citou dois argumentos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) para embasar sua fala.

Em primeiro lugar, o CDC prevê o direito à informação precisa ao consumidor, o que muitas vezes não é cumprido. Muitas clínicas de estética não informam aos consumidores sobre os riscos causados pela exposição aos raios ultravioletas (UV).

Outro argumento utilizado pela diretora do Procon SC foi relacionado à defesa do consumidor. O artigo 4º do CDC prevê “proteção do interesse e das necessidades do consumidor, sua dignidade, saúde e segurança”. Um produto que coloca em risco a saúde do consumidor, portanto, é contrário à legislação consumerista.

Já a médica Mariana Sens, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Santa Catarina (SBD-SC), também presente no debate, afirmou que “não há níveis seguros à exposição de raios UV”. Ela demonstrou preocupação com uma eventual explosão de novos casos de câncer de pele em Santa Catarina, estado com a maior incidência de melanoma no País.

A SBD-SC divulgou, no final de 2024, uma nota de repúdio ao PL. De acordo com o documento, pessoas submetidas ao bronzeamento artificial antes dos 35 anos, além de acelerar o envelhecimento precoce, aumentam em 75% o risco de câncer de pele.

O câncer de pele não melanoma é o que tem maior incidência no País, sobretudo na Região Sul, mais suscetível à doença devido à população majoritariamente por pessoas brancas, o que é um fator de risco. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o “número de casos novos de câncer de pele não melanoma estimado para cada ano do triênio de 2023 a 2025 é de 220.490, o que corresponde a um risco estimado de 101,95 por 100 mil habitantes”.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, Santa Catarina é o estado do País com maior incidência do câncer de pele melanoma, maligno e o mais grave. O Inca projetou, para 2024, que haveria 13,91 novos casos por 100 mil habitantes – mais que o triplo da média nacional, com 4,3 por 100 mil habitantes. Entre janeiro e setembro de 2024, 5.496 pessoas foram diagnosticadas com câncer de pele não melanoma e 353 casos de melanoma no Estado.

Outro argumento ao debate é o custo do tratamento de câncer de pele no Sistema Único de Saúde (SUS). Em Santa Catarina, entre 2022 e 2023, o Estado gastou mais de dois milhões (R$ 2.052.721,48) ao tratamento da doença, entre terapias e cirurgias que podem ser de alta complexidade.

O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) também posicionou-se contra o Projeto de Lei.

O PL que autoriza o bronzeamento artificial em Santa Catarina é de autoria da deputada Ana Paula Silva (Paulinha). Atualmente, o projeto encontra-se em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com relatoria da deputada Ana Caroline Campagnolo.

Histórico

O bronzeamento artificial é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009. Em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a constitucionalidade da resolução da Anvisa. Em 2023, a Advocacia Geral da União (AGU) confirmou, na Justiça Federal de Santa Catarina, a legalidade da resolução.

Isso porque, em 2016, a morte de uma estudante de 20 anos por parada cardíaca em decorrência de bronzeamento artificial chocou o País.

Contudo, em dezembro de 2023, uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou uma clínica a realizar o procedimento, o que reacendeu o debate público. Enquanto a Justiça do Rio Grande do Sul liberou a prática, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, no interior de São Paulo, manteve a proibição, o que anulou decisão da 4ª Vara Federal de São José do Rio Preto.

Conclusão

Para evitar insegurança jurídica e zelar pela proteção e saúde do consumidor, o Procon SC mantém com veemência sua posição contrária à liberação do bronzeamento artificial em Santa Catarina. Há alternativas estéticas não prejudiciais à saúde. Além disso, a literatura médica é ampla e unânime em relação aos malefícios da exposição aos raios UV.

Em dúvida ou se quiser denunciar alguma clínica de estética clandestina, acione o Procon SC!

Como acionar o PROCON SC

Telefone 151 – ligação gratuita apenas para tirar dúvidas dos consumidores.

Zap Denúncia – 48 3665 9057: para realizar uma denúncia através do WhatsApp do Procon SC.

Site do Procon SC: reclamações para pessoas que moram em cidades sem Procon municipal.

Além disso, o Procon SC atende presencialmente na Rua Conselheiro Mafra, 82, Centro, Florianópolis.

Na Alesc, Procon critica projeto que libera bronzeamento artificial em SC

Diretora do Procon SC, delegada Michele Alves elencou argumentos contra o bronzeamento artificial

A diretoria do Procon SC reuniu-se, na tarde desta terça-feira (8), com o deputado estadual Mário Motta, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). O encontro discutiu o Projeto de Lei (PL) 0410/2024, atualmente em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que autoriza o funcionamento de câmaras de bronzeamento artificial no Estado.

O PL estabelece que “os estabelecimentos deverão obter licença específica junto à Vigilância Sanitária”. Contudo, o bronzeamento artificial com finalidade estética, baseado na emissão de radiação ultravioleta (UV), é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009 em todo território nacional. Em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a constitucionalidade da resolução da Anvisa.

“O Procon SC esteve na Alesc, no gabinete do deputado Mário Motta para informá-lo sobre o posicionamento contrário ao PL proposto pela deputada Ana Paula da Silva pela liberação das máquinas de bronzeamento artificial. No Brasil, a prática é vedada desde 2009 devido aos malefícios gerados. O Procon SC fez recentemente uma operação para fiscalizar essa prática indevida porque o consumidor não sabe o que pode ser gerado de malefícios” afirma a diretora do Procon SC, delegada Michele Alves. “Estaremos trabalhando para informar aos demais deputados o posicionamento do Procon”.

Deputado Mário Motta é presidente da Comissão dos Direitos do Consumidor e do Contribuinte
Deputado Mário Motta preside a Comissão dos Direitos do Consumidor e do Contribuinte na Alesc

Nota de repúdio

Também participou do encontro o dr. Daniel Holthausen Nunes, médico, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e membro da Comissão de Ética da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Santa Catarina (SBD-SC). Segundo Nunes, o bronzeamento artificial aumenta de 30% a 40% as chances de desenvolvimento de câncer de pele.

A SBD-SC divulgou, no início deste mês, uma nota de repúdio ao PL. De acordo com o documento, pessoas submetidas à prática antes dos 35 anos, além de acelerar o envelhecimento precoce, aumentam em 75% o risco de câncer de pele. “Não há maneiras comprovadamente seguras para se realizar o procedimento (bronzeamento artificial)”, afirma a nota. “Não existe melhor forma ou novas técnicas para realizar o bronzeamento artificial”.

O câncer de pele não melanoma é o que tem maior incidência no País, sobretudo na Região Sul, mais suscetível à doença devido à população composta majoritariamente por pessoas brancas, o que é um fator de risco. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o “número de casos novos de câncer de pele não melanoma estimado para cada ano do triênio de 2023 a 2025 é de 220.490, o que corresponde a um risco estimado de 101,95 por 100 mil habitantes”. Em Santa Catarina, foram estimados 15.550 novos casos de câncer de pele em 2023.

Já o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 10º, afirma que “produtos e serviços colocados no mercado de consumo não podem acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores”, e que “o fornecedor não poderá colocar no mercado produto ou serviço que sabe, ou deveria saber, apresentar alto risco de nocividade ou periculosidade”.

Outro argumento ao debate é o custo do tratamento de câncer de pele no Sistema Único de Saúde (SUS). Em Santa Catarina, entre 2022 e 2023, o Estado gastou mais de dois milhões (R$ 2.052.721,48) ao tratamento da doença, entre terapias e cirurgias que podem ser de alta complexidade.

O PL que autoriza o bronzeamento artificial em Santa Catarina é de autoria da deputada Ana Paula Silva (Paulinha). Atualmente, o projeto encontra-se em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com relatoria da deputada Ana Caroline Campagnolo.

Histórico

O Procon SC realizou, em 20 de junho deste ano, uma operação em mais de 30 cidades catarinenses contra clínicas estéticas que vendiam bronzeamento artificial de maneira ilegal. Foram 46 estabelecimentos fiscalizados, 12 autos de infração e um de interdição emitidos. A cidade de São José teve o maior número de câmaras de bronzeamento interditadas (7). A clínica totalmente interditada fica em Tubarão.

Apenas em setembro deste ano, o Procon SC recebeu, através do ZAP Denúncia (48 36659057) duas denúncias relacionadas a bronzeamento artificial, uma de Indaial e outra de Brusque.

Em 2016, uma estudante de 20 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca em decorrência de bronzeamento artificial feito em Brasília.

Uma decisão de 5 de dezembro de 2023 do Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou uma clínica de estética paulista a fazer bronzeamento artificial. A decisão reacendeu o debate público. Em março deste ano, porém, a Advocacia Geral da União (AGU) manteve na Justiça a validade da proibição determinada pela Anvisa após a comprovação científica do risco desses equipamentos à saúde.

Já a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região negou pedido de clínica de São José do Rio Preto (SP) para comercializar serviço de bronzeamento artificial. A negativa anulou decisão da 4ª Vara Federal de São José do Rio Preto favorável ao estabelecimento.

Fotos: Eduardo Leiros/Procon SC
Texto: Filipe Prado

Governo de Santa Catarina participa de encontro na Alesc com Comissão de Defesa do Consumidor

Diretora do Procon Estadual esteve em reunião com o presidente da comissão, deputado Mário Motta

Nesta quarta-feira, 17, a diretora do Procon Estadual de Santa Catarina, del. Michele Alves Rebelo, participou de um encontro na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), junto à Comissão de Defesa do Consumidor, presidida pelo deputado Mário Motta, para falar sobre as principais ações do órgão e tratar de pautas relevantes para a defesa do consumidor. 

Entre os temas abordados com o parlamentares, a diretora falou sobre a padronização dos processos, fluxos e demandas do Procon SC, além da possibilidade de construção de uma legislação que dê mais segurança tanto aos fornecedores de produtos e serviços quanto aos próprios consumidores.

“Hoje, cada município pode atuar de forma diferente, e a existência deste tipo de legislação no Estado servirá, inclusive, como um atrativo para que empresas venham a se estabelecer aqui em Santa Catarina, porque elas saberiam exatamente que conduta seguir, evitando surpresas desagradáveis ou a quebra de acordo por quaisquer tipo de descuido ou procedimento inadequado”, esclareceu Michele.

A questão da modernização do Procon SC, com investimento em tecnologia e presença física e digital ao alcance de todos os consumidores catarinenses também foi abordada na reunião.

Ao final do encontro, o deputado Mário Motta deixou a Comissão de portas abertas para futuras ações em parceria entre o órgão e a Casa.